Quando você vai num museu de arte contemporânea. você fica irritado com as "obras"? Acha que a arte em "arte conceitual" é explorar os outros? Fica imaginando como seria bom entender o que está pintado nas telas?
Se você respondeu "sim" às três perguntas, talvez você seja um "Stuckist". Nada de tubarões no formol ou vacas fatiadas para os criadores desse movimento. O negócio deles é pintura. Daquelas que dá pra entender quando você olha. (RSF)
30.5.01
Há algum tempo atrás, eu comentei aqui um artigo do peruano Mário Vargas Llosa sobre literatura. Nele, o escritor falava - de um modo um tanto exagerado - da inevitável queda da Civilização Ocidental causada pelo declínio do hábito de ler literatura.
Como não poderia deixar de ser, estão aparecendo respostas ao artigo. E mais devem vir por aí. Esse aqui, que saiu no News Observer ataca justamente o fundamento do texto de Llosa, perguntando "qual o bem que a literatura traz, afinal?" (RSF)
Como não poderia deixar de ser, estão aparecendo respostas ao artigo. E mais devem vir por aí. Esse aqui, que saiu no News Observer ataca justamente o fundamento do texto de Llosa, perguntando "qual o bem que a literatura traz, afinal?" (RSF)
Você já deve ter recebido a mensagem do Ziraldo sobre racionamento de energia. Ou a despedida do Gabriel Garcia Marquez. Ou algum outro texto apócrifo atribuido a uma vítima inocente. Zuenir Ventura fala da vergonha que deve ser ver essas coisas mal escritas circulando pela rede. (RSF)
Na época que ainda se falava em expansão da Internet (há um ano e pouco atrás), a China era a grande promessa: um mercado inexplorado de um bilhão de pessoas. Os poucos investimentos feitos logo antes do crack da NASDAQ não foram suficientes para despertar o gigante. Por outro lado, o dinheiro foi mais que suficiente para possibilitar o surgimento dos "weiku", os digerati de vinte e poucos anos de lá.
Os weiku são os primeiros chineses com acesso a informações sem censura em mais de cinqüênta anos. Individualistas, eles estão arejando a circuito de idéias chinês, parado há muito tempo. Apesar de algumas pauladas ocasionais, o governo comunista está quietinho, por enquanto.
Numa nota de menor importância, a ilustração que chamava para a matéria é a melhor que vi na Salon em muito tempo. (RSF)
Os weiku são os primeiros chineses com acesso a informações sem censura em mais de cinqüênta anos. Individualistas, eles estão arejando a circuito de idéias chinês, parado há muito tempo. Apesar de algumas pauladas ocasionais, o governo comunista está quietinho, por enquanto.
Numa nota de menor importância, a ilustração que chamava para a matéria é a melhor que vi na Salon em muito tempo. (RSF)
Se fala muito na substituição dos livros de papel (aka "codex") por computadores e livros digitais. Apesar de eu nunca ter visto alguém que realmente acredite que esse é um caminho inevitável (e não tenha interesses econômicos no processo), os defensores do livro sempre agem como se todos menos eles concordassem que os acervos devem ser substituídos por cópias digitais. Em na tentativa de argumentar contra a digitalização, acabam sempre errando o alvo da argumentação.
Quem é que quer exterminar as bibliotecas, afinal? A idéia não era complementá-las ou investir em computadores conectados quando elas fossem impossíveis de serem construídas? (RSF)
Quem é que quer exterminar as bibliotecas, afinal? A idéia não era complementá-las ou investir em computadores conectados quando elas fossem impossíveis de serem construídas? (RSF)
Os indianos são um povo estranho. Além de terem sérios problemas com macacos, os caras gostam de esportes malucos. E gostam o suficiente para ler quadrinhos sobre criquet! (RSF)
29.5.01
The British Voice: uma reportagem muito boa sobre os escritores britânicos de quadrinhos, igual eu não via há tempos. Grande, mas vale a pena. (RSF)
Quando a Web começou a se popularizar, há uns cinco ou seis anos, diversos escritores que experimentavam com narrativas hipertextuais ganharam visibilidade com suas propostas e citações obrigatórias de Barthes, Calvino e Cortázar. Hoje, já é hora de perguntar: para onde foi a Revolução?
A Revolução não ocorreu, mas as idéias apresentadas por esses pioneiros começaram a dar frutos com mais apelo que a mera curiosidade. (RSF)
A Revolução não ocorreu, mas as idéias apresentadas por esses pioneiros começaram a dar frutos com mais apelo que a mera curiosidade. (RSF)
28.5.01
Um pedaço de Kill Your Boyfriend, de Grant Morrison, ficou ecoando depois que li os links da próxima nota:
-(...) opinions on the Government´s proposed tax on reality, wich could mean that those in the lower income bracket would be severely hit.
How would you feel about been forced to become fictional in order to avoid taxation? (RSF)
-(...) opinions on the Government´s proposed tax on reality, wich could mean that those in the lower income bracket would be severely hit.
How would you feel about been forced to become fictional in order to avoid taxation? (RSF)
Há pouco tempo atrás - uma ou duas semanas - Kaycee e Nowheremom - membros estimados dos usuários dde sites de weblogging - morreram. Ou teriam morrido, caso existissem. Na semana passada, Dennis Lee desapareceu quando descobriram que ele era uma invenção.
As possibilidades de roubo e criação de identidades na web são imensas. Aguardem minha versão 2.0 em breve. (RSF)
As possibilidades de roubo e criação de identidades na web são imensas. Aguardem minha versão 2.0 em breve. (RSF)
27.5.01
Eu quero escrever ficção e coisas do tipo. E sempre achei que ia aprender isso mais ou menos sozinho, lendo escrevendo e trocando idéias e comentários com outras pessoas com a mesma ambição. Daí vem um cara e me diz que "few (writers) have gotten very far without the help of someone -- usually an older writer". Alguém sabe onde posso achar um mentor, por gentileza? (RSF)
26.5.01
"Autenticidade" e "honestidade" são os valores que devem governar a relação de todos com o mundo. A ironia é a maior inimiga desses valores, portanto é desprezível, a principal arma na luta contra a "Verdade" e a "Beleza".
A ironia é obviamente má, e deve ser destruída. Mesmo que sua definição seja ignorada, ou que a pobre seja confundida com sarcasmo, cinismo e paródia. (RSF)
A ironia é obviamente má, e deve ser destruída. Mesmo que sua definição seja ignorada, ou que a pobre seja confundida com sarcasmo, cinismo e paródia. (RSF)
25.5.01
É ponto pacífico que o inglês é a língua franca de hoje e, pelo que se vê na Internet, a coisa tende a continuar assim (mesmo que apareça um "inglês internacional" que não seja falado em país nenhum). Mesmo que seja importante a "comunicação sem fronteiras" proporcionada por uma língua comum e tradutores instantâneos, aprender outras línguas é importante, já que cada idioma traz em si um modo diferente de pensar. (RSF)
Nova Déli está sob o julgo dos macacos. Sério! Há um homem-macaco com uma garra de ferro atacando pessoas, grupos de macacos atacando fumantes, invadindo hospitais e repartições públicas. Parace que Hanunan está bravo com os indianos. (RSF)
O original de "On The Road", um rolo de mais de trinta metros foi leiloado essa semana. O livro de Jack Kerouac bateu o recorde de preços para originais, chegando perto de dois milhões e meio de dólares. (RSF)
24.5.01
Hoje li um artigo num site sobre quadrinhos que nunca tinha ouvido falar, o Ninth Art. Zeroes and Ones é quase uma propaganda para que os criadores de quadrinhos digitais deixem de lado o HTML e adotem o PDF, da Adobe. Realmente, o formato PDF permite muito mais controle por parte do autor (dá para permitir a leitura uma única vez e bloquear cópias, por exemplo), mas ele é um formato proprietário. Isso quer dizer que mesmo que o programa de leitura - o Acrobat Reader - seja gratuito, é preciso pagar para ter as ferramentas de produção.
Além disso, o que me incomoda mais é que o Acrobat é uma maneira de levar as páginas dos quadrinhos impressos para os digitais. Depois de ver o que dá para fazer quando as páginas são deixadas de lado, isso fica parecendo um retrocesso (ou um desejo de já ter o material pronto caso alguém esteja disposto a imprimir). (RSF)
Além disso, o que me incomoda mais é que o Acrobat é uma maneira de levar as páginas dos quadrinhos impressos para os digitais. Depois de ver o que dá para fazer quando as páginas são deixadas de lado, isso fica parecendo um retrocesso (ou um desejo de já ter o material pronto caso alguém esteja disposto a imprimir). (RSF)
Quantos livros você leu no último ano? Quanto tempo você dedica diariamente à leitura? Você realmente acredita que a leitura pode fornecer algo que outras atividades são incapazes?
Pior que não ler, por "não ter tempo" ou qualquer outra razão, cada vez mais pessoas acham que ler não é importante. (RSF)
Pior que não ler, por "não ter tempo" ou qualquer outra razão, cada vez mais pessoas acham que ler não é importante. (RSF)
23.5.01
O diálogo que se segue abre a primeira parte de "Arcadia", "Bloody Poetry", a segunda história de The Invisibles. A conversa acontece na Índia, onde King Mob e seus guia assistem a apresentação de um dalang.
- Arjuna is a prince of Pandava brothers. Krishna an incarnation of lord Vishnu, in his charioteer.
And here is Duryana, an enemy of Arjuna. This Mahabhaarata is the story of a big fight between the Pandavas and the Kuruvas.
See how each has his own movement and way of speak. This is the work of the dalang. Very clever man, very skilled.
- That´s the puppeteer, right?
- Ah, yes, yes. The Dalang. He makes the voices and moves the puppets. He directs the gamelan musicians. His job is to make us laugh and cry. Very clever man. The dalang is more than a puppeteer.
His skill makes us believe that we see a war between two great armies, but there is no war. There is only the dalang. (RSF)
- Arjuna is a prince of Pandava brothers. Krishna an incarnation of lord Vishnu, in his charioteer.
And here is Duryana, an enemy of Arjuna. This Mahabhaarata is the story of a big fight between the Pandavas and the Kuruvas.
See how each has his own movement and way of speak. This is the work of the dalang. Very clever man, very skilled.
- That´s the puppeteer, right?
- Ah, yes, yes. The Dalang. He makes the voices and moves the puppets. He directs the gamelan musicians. His job is to make us laugh and cry. Very clever man. The dalang is more than a puppeteer.
His skill makes us believe that we see a war between two great armies, but there is no war. There is only the dalang. (RSF)
22.5.01
Há algumas semanas, duas missionárias americanas morreram ao ter seu avião alvejado por um caça peruano. Mais importante que os problemas políticos que o incidente podem causar, é saber o que é que as duas foram fazer no Peru. Ou - melhor dizendo - o que faz com que alguém saia de seu país para ir dizer a outros que sua forma de viver, seus valores e crenças estão errados? (RSF)
Quando críticos literários falam sobre Tolkien e "O Senhor dos Anéis", ou eles detestam, ou eles adoram. Alguns acham que o livro é melhor que "Paraíso Perdido", outros acham que é uma bobagem sem fim - além de mal escrito.
Mesmo assim, parece que Tolkien está começando a ser levado a sério, apesar de sua literatura nada moderna. (RSF)
Mesmo assim, parece que Tolkien está começando a ser levado a sério, apesar de sua literatura nada moderna. (RSF)
Hoje eu li mais uma vez "Dylan e Donovan", a melhor história da antologia Comic Book - O Novo Quadrinho Norte-Americano, da Conrad Books.
"Dylan e Donovan", de Adrian Tomine, conta a história da viagem de duas irmãs gêmeas de 17 anos e seu pai até uma convenção de quadrinhos. Obviamente, como qualquer pessoa de 17 anos, elas não se divertem muito acompanhada pelo pai.
Narrada em primeira pessoa por Dylan, a história é bastante melancólica e a arte de Tomine - que também é o roteirista - ajuda a aumentar o isolamento dos personagens. (RSF)
"Dylan e Donovan", de Adrian Tomine, conta a história da viagem de duas irmãs gêmeas de 17 anos e seu pai até uma convenção de quadrinhos. Obviamente, como qualquer pessoa de 17 anos, elas não se divertem muito acompanhada pelo pai.
Narrada em primeira pessoa por Dylan, a história é bastante melancólica e a arte de Tomine - que também é o roteirista - ajuda a aumentar o isolamento dos personagens. (RSF)
Há alguns meses atrás, encontrei num site de quadrinhos um anúncio de Apocamon - The Final Judgement. Na época só estavam disponíveis as fichas dos Apocamons envolvidos na história. Finalmente o primeiro capítulo - The Seven Seals está online. Para ler, você precisa ter o Flash instalado. (RSF)
20.5.01
Mesmo quando eu lia alguma coisa a respeito dos anos 60, não conseguia deixar de ver a TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade) como uma piada. E - apesar de aparecer de vez em quando para reclamar de algum filme - uma piada que cada vez menos gente contava.
Só que a TFP ainda anda por aí, lutando contra as "ameaças" que substituíram os comunistas, como os sem-terra e os homossexuais, além de lutar pela pena de morte e contra a legalização do aborto.
Tenha medo. Muito medo. (RSF)
Só que a TFP ainda anda por aí, lutando contra as "ameaças" que substituíram os comunistas, como os sem-terra e os homossexuais, além de lutar pela pena de morte e contra a legalização do aborto.
Tenha medo. Muito medo. (RSF)
Mais um daqueles artigos querendo desbancar religiões através de argumentos racionais. Apesar de ser um fão de fazer coisas do tipo quando se trata de pontos específicos, não deixo de achar esses esforços um tanto bobos demais. Ou tem alguém que ainda não entendeu que a base das religiões não está no pensamento racional? Além disso, esse texto dá uma forçada de barra em algumas conclusões. Mesmo assim não deixa de ser divertido.
Ah, obviamente ele não é recomendado se você for um cristão daqueles de verdade. (RSF)
Ah, obviamente ele não é recomendado se você for um cristão daqueles de verdade. (RSF)
19.5.01
Essa semana li muito uma tira chamada Player vs Player, sobre o cotidiano de uma revista sobre jogos. Não sei bem por quê, mas não estou conseguindo parar de lê-la. Vale dizer que pelo menos metade das tiras não tem lá muita graça para quem não entenda nada de video-games. (RSF)
Uma das melhores hqs de super-heróis já feitas, Miracleman pode voltar a ser publicada. Mas ninguém sabe bem como: há uma confusão enorme sobre quem é dono dos direitos do personagem.
Apesar de querer muito ver Miracleman publicado, prefiro ter que me contentar com a única encadernação que tenho (de cinco) do que ver Todd McFarlane comandando o título. Depois de ser escrito por Alan Moore e Neil Gaiman, ver o autor de Spawn escrevendo o negócio vai ser muito doloroso. (RSF)
Apesar de querer muito ver Miracleman publicado, prefiro ter que me contentar com a única encadernação que tenho (de cinco) do que ver Todd McFarlane comandando o título. Depois de ser escrito por Alan Moore e Neil Gaiman, ver o autor de Spawn escrevendo o negócio vai ser muito doloroso. (RSF)
17.5.01
Quem é que escuta rock hoje em dia? Tirando aqueles caras que andam de preto debaixo de um sol tremendo e imitam os guitarristas durantes os solos? Quem é que leva metal, só pra dar um exemplo, a sério?
Só porque eu não consigo achar um exemplo de alguém que ouça rock e não esteja no auge da adolescência - não importando a idade - quer dizer que o rock morreu? (RSF)
Só porque eu não consigo achar um exemplo de alguém que ouça rock e não esteja no auge da adolescência - não importando a idade - quer dizer que o rock morreu? (RSF)
Hoje finalmente li o terceiro artigo da série How Contemporary American Poets are Denaturing the Poem, The Argument for Silence: Defining the Poet Peter Principle. Desta vez, a pergunta é "por que poetas que já têm uma obra considerável continuam publicando volumes cada vez mais fracos?" (RSF)
"And so we return and begin again." É assim que começa "Say you Want a Revolution", a encadernação das primeiras duas histórias de The Invisibles, de Grant Morrison, que reli hoje. O volume contem duas histórias de quatro partes cada uma: "Down and out Heaven and Hell" e "Arcadia".
A primeira conta a iniciação de Dane McGowan - um garoto revoltado de uns 16 anos - na ordem dos Invisíveis - um dos lados de uma guerra perpétua pelo destino da humanidade. No início da história, Dane é enviado a um internato - a Harmony House - por ter incendiado a história onde estudava. Ele é resgatado de lá por um invisível chamado King Mob, que depois de explodir o lugar, abandona McGowan no centro de Londres.
Dane passa a viver nas ruas, onde encontra Tom Bedlam, o invisível responsável por sua iniciação na ordem. Após passar por uma série de lições - a maioria das quais nem consegue lembrar - Dane assume a identidade de Jack Frost e se junta aos Invisíveis.
Já "Arcadia" é um tanto mais complicada, a ponto das vendas caírem tanto que quase causaram o cancelamento da série na época. A história começa com a "célula" liderada por King Mob viajando psiquicamente no tempo para buscar o Marquês de Sade nos anos seguintes à Revolução Francesa. Paralelo à busca dos Invisíveis, há cena em que Lord Byron e Bysshe Shelley discutem a postura do homem em relação à liberdade e às autoridades, a existência de utopias e o papel do artista na busca por um mundo melhor.
Enquanto as mentes dos Invisíveis estão no passado, um assassino chamado Orlando - um demônio asteca que se disfarça usando as peles de suas vítimas - é convocado para destruir os corpos que ficaram no presente. Quando a célula percebe que alguma coisa está errada, tenta voltar ao presente, mas o grupo acaba espalhado em mais histórias paralelas...
Reler "Say you Want a Revolution" depois de ter lido todos os outros números da série é bastante compensador. Apesar de algumas inconsistências na caracterização dos personagens (peincipalmente Ragged Robin), tudo que faz "The Invisibles" uma grande série está ali: as idéias loucas, a densidade, a tonelada de referências... E ali - já nessas primeiras histórias - está o Segredo do Universo que Morrison deixa bem claro no final da série.
Outra coisa que gostei bastante foi rever o Jack Frost grosseiro e infantil da série, depois de acompanhar o amadurecimento dele durante o resto da história. O mais legal é que eu não consegui identificar um momento onde o personagem mudou, já que a evolução dele foi contínua.
Infelizmente, apesar de já ter ocorrido uma tentativa, Invisíveis não vai ser publicado no Brasil nunca. Mas a série todas estará disponível encadernada a partir de julho nos EUA (e vende na Amazon). (RSF)
A primeira conta a iniciação de Dane McGowan - um garoto revoltado de uns 16 anos - na ordem dos Invisíveis - um dos lados de uma guerra perpétua pelo destino da humanidade. No início da história, Dane é enviado a um internato - a Harmony House - por ter incendiado a história onde estudava. Ele é resgatado de lá por um invisível chamado King Mob, que depois de explodir o lugar, abandona McGowan no centro de Londres.
Dane passa a viver nas ruas, onde encontra Tom Bedlam, o invisível responsável por sua iniciação na ordem. Após passar por uma série de lições - a maioria das quais nem consegue lembrar - Dane assume a identidade de Jack Frost e se junta aos Invisíveis.
Já "Arcadia" é um tanto mais complicada, a ponto das vendas caírem tanto que quase causaram o cancelamento da série na época. A história começa com a "célula" liderada por King Mob viajando psiquicamente no tempo para buscar o Marquês de Sade nos anos seguintes à Revolução Francesa. Paralelo à busca dos Invisíveis, há cena em que Lord Byron e Bysshe Shelley discutem a postura do homem em relação à liberdade e às autoridades, a existência de utopias e o papel do artista na busca por um mundo melhor.
Enquanto as mentes dos Invisíveis estão no passado, um assassino chamado Orlando - um demônio asteca que se disfarça usando as peles de suas vítimas - é convocado para destruir os corpos que ficaram no presente. Quando a célula percebe que alguma coisa está errada, tenta voltar ao presente, mas o grupo acaba espalhado em mais histórias paralelas...
Reler "Say you Want a Revolution" depois de ter lido todos os outros números da série é bastante compensador. Apesar de algumas inconsistências na caracterização dos personagens (peincipalmente Ragged Robin), tudo que faz "The Invisibles" uma grande série está ali: as idéias loucas, a densidade, a tonelada de referências... E ali - já nessas primeiras histórias - está o Segredo do Universo que Morrison deixa bem claro no final da série.
Outra coisa que gostei bastante foi rever o Jack Frost grosseiro e infantil da série, depois de acompanhar o amadurecimento dele durante o resto da história. O mais legal é que eu não consegui identificar um momento onde o personagem mudou, já que a evolução dele foi contínua.
Infelizmente, apesar de já ter ocorrido uma tentativa, Invisíveis não vai ser publicado no Brasil nunca. Mas a série todas estará disponível encadernada a partir de julho nos EUA (e vende na Amazon). (RSF)
Depois que o governo desistiu das multas para quem não cumprisse as metas de redução do consumo de energie elétrica, os jornalistas começaram a lembrar que há uma crise energética na Califórnia. Mas lá, ao contrário daqui, sérias mediadas para economizar estão sendo tomadas. (RSF)
16.5.01
Você já se sentiu enganado por um trailer - além do de 60 Segundos? Tem uns que são tão bem feitos, que dá vontade de largar o filme que cai passar pra lá e pular direto pro anunciado.
Alguns trailers, por outro lado, trazem sinais de que o filme não presta de jeito nenhum:
"If the trailer features a closeup of the hero — Nicholas Cage, most likely — with closed eyes, remembering his dead wife or girlfriend while 'I Will Remember You' or some similar maudlin hit soars from the soundtrack, you should close your eyes and ignore the rest of the trailer." (RSF)
Alguns trailers, por outro lado, trazem sinais de que o filme não presta de jeito nenhum:
"If the trailer features a closeup of the hero — Nicholas Cage, most likely — with closed eyes, remembering his dead wife or girlfriend while 'I Will Remember You' or some similar maudlin hit soars from the soundtrack, you should close your eyes and ignore the rest of the trailer." (RSF)
As cibercidades são tentativas de deslocar parte dos fluxos que caracterizam as cidades para o ciberespaço, com a finalidade de recuperar o espaço público e a participação política.
Os primeiros projetos do tipo surgiram no início da décade de 90, na Europa. E, que existam uma série de problemas conceituais - que partes das cidades devem ser virtualizadas, o que caracteriza cada cidade, que tipo de representação escolher - os resultados têm sido bastante bons. (RSF)
Os primeiros projetos do tipo surgiram no início da décade de 90, na Europa. E, que existam uma série de problemas conceituais - que partes das cidades devem ser virtualizadas, o que caracteriza cada cidade, que tipo de representação escolher - os resultados têm sido bastante bons. (RSF)
15.5.01
Ninguém gosta muito de encontrar um lendo, mas às vezes é irresistível usar clichês. E qual é o problema dos clichês afinal? Se eles são reconhecíveis e partilham sentido imediatamente - mesmo que não saibamos de onde eles vieram ou o que significavam originalmente - por que não usá-los?
David R. Williams apresenta uma boa razão. (RSF)
David R. Williams apresenta uma boa razão. (RSF)
O que acontece quando tecnologias modernas são usadas a serviço de idéias medievais? Na Índia o resultado é o aborto em massa de fetos femininos saudáveis. (RSF)
Percebi que mais uma vez estou sucumbindo à mania de atacar vários livros de vez. E desta vez deixando de lado as regras que tento seguir.
Gosto de ter vários livros em curso, mas procuro ler de modo a não provocar choque entre eles: um livro de narrativas curtas ou poesia, um romance e um livro teórico. Para variar um pouco, me embananei e estou lendo dois livros teóricos, além de relendo pedacinhos de um terceiro: "Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção" (avançando a passos de tartaruga), "Como e Por Que Ler" e "Seis Propostas para o Póximo Milênio". Para piorar as coisas, os três tratam de assuntos muito parecidos. Daí eu vejo todos juntos em cima da cama e me dá uma agústia para escolher qual vou ler.
E a Pilha continua crescendo... (RSF)
Gosto de ter vários livros em curso, mas procuro ler de modo a não provocar choque entre eles: um livro de narrativas curtas ou poesia, um romance e um livro teórico. Para variar um pouco, me embananei e estou lendo dois livros teóricos, além de relendo pedacinhos de um terceiro: "Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção" (avançando a passos de tartaruga), "Como e Por Que Ler" e "Seis Propostas para o Póximo Milênio". Para piorar as coisas, os três tratam de assuntos muito parecidos. Daí eu vejo todos juntos em cima da cama e me dá uma agústia para escolher qual vou ler.
E a Pilha continua crescendo... (RSF)
14.5.01
Não li quase nada durante o fim de semana. E não estava com paciência para postar aqui sobre esse pouquinho. Parte da culpa foi da preguiça profunda que senti. Parte de uns troços que tive que escrever pra faculdade. Mas a maioria é culpa do meu pai que roubou meu vídeo-cassete e colocou um DVD no lugar: sabe quanto tempo dá pra passar futucando um daqueles disquinhos?
Li uns pedacinhos de "Como e Por Que Ler", do Harol Bloom. Até agora, só li um trecho que ele fala de "Cidades Invisíveis", do Italo Calvino e outro que ele fala de Borges. Até o momento o livro é fraquinho, bem pior que o "Por que Ler os Clássicos", do Calvino. Isso sem falar na pretensão de ensinar a ler... Não "ensinar a ler à Harold Bloom" ou "ensinar uma forma de ler", mas "Ensinar a Ler". Duvido que o livro esteja equivalente às pretensões, mas vou insistir de qualuqer modo.
Além do Bloom, acho que só li três contos da Clarice Lispector: "Devaneio e Embriaguez duma Rapariga", "O Jantar" e "O Crime do Professor de Matemática". É impressão minha, ou todo mundo nas histórias dela precisa de uma dose cavalar de Prozac?
Eu sem dúvida fico precisando depois de terminar cada uma. Estou achando fantástico: como é que alguém consegue encontrar tanta angústia em coisas tão bobas, tão sem conseqüência? (RSF)
Li uns pedacinhos de "Como e Por Que Ler", do Harol Bloom. Até agora, só li um trecho que ele fala de "Cidades Invisíveis", do Italo Calvino e outro que ele fala de Borges. Até o momento o livro é fraquinho, bem pior que o "Por que Ler os Clássicos", do Calvino. Isso sem falar na pretensão de ensinar a ler... Não "ensinar a ler à Harold Bloom" ou "ensinar uma forma de ler", mas "Ensinar a Ler". Duvido que o livro esteja equivalente às pretensões, mas vou insistir de qualuqer modo.
Além do Bloom, acho que só li três contos da Clarice Lispector: "Devaneio e Embriaguez duma Rapariga", "O Jantar" e "O Crime do Professor de Matemática". É impressão minha, ou todo mundo nas histórias dela precisa de uma dose cavalar de Prozac?
Eu sem dúvida fico precisando depois de terminar cada uma. Estou achando fantástico: como é que alguém consegue encontrar tanta angústia em coisas tão bobas, tão sem conseqüência? (RSF)
11.5.01
Hoje fiz alguma coisa que não fazia há muito tempo (desde o carnaval, acho): passei a tarde lendo quadrinhos. Me prometi que só ia começar com uma história e depois ia cuidar de outras coisas, mas cadê vontade de largar?
Na verdade, comecei ontem à noite mesmo, com uma encadernação de Starman : "Infernal Devices". Li duas das histórias antes de dormir e o resto hoje de manhã, principalmente nos pontos de ônibus. Das histórias do Starman que li, acho que essa coleção é a mais fraca, apesar de alguns bons momentos (como a maneira que Jack Knight interage com o Batman).
Hoje - quando cheguei da aula - peguei "Grand Guignol": o clímax de todos os 70+ números de Starman. Nessa história, a maioria das questões é respondida e todas as peças - tirando quem diabos é o Starman de 1951 - caem no lugar.
É meio difícil falar sem contar as surpresas, mas a história é o fim perfeito da série. Todos os personagens e temas são tratados de forma bem consistente e qualquer coisa inesperada - e têm duas ou três - são "inesperadas", não "forçadas". As edições depois - que ainda não vi - são só um epílogo.
Só pra provocar mais, é a terceira vez que choro lendo uma história em quadrinhos. E a única por conta de uma história de super-heróis. Palmas para James Robinson. (RSF)
Na verdade, comecei ontem à noite mesmo, com uma encadernação de Starman : "Infernal Devices". Li duas das histórias antes de dormir e o resto hoje de manhã, principalmente nos pontos de ônibus. Das histórias do Starman que li, acho que essa coleção é a mais fraca, apesar de alguns bons momentos (como a maneira que Jack Knight interage com o Batman).
Hoje - quando cheguei da aula - peguei "Grand Guignol": o clímax de todos os 70+ números de Starman. Nessa história, a maioria das questões é respondida e todas as peças - tirando quem diabos é o Starman de 1951 - caem no lugar.
É meio difícil falar sem contar as surpresas, mas a história é o fim perfeito da série. Todos os personagens e temas são tratados de forma bem consistente e qualquer coisa inesperada - e têm duas ou três - são "inesperadas", não "forçadas". As edições depois - que ainda não vi - são só um epílogo.
Só pra provocar mais, é a terceira vez que choro lendo uma história em quadrinhos. E a única por conta de uma história de super-heróis. Palmas para James Robinson. (RSF)
10.5.01
Coloque a ponta de seu indicador um pouco acima do seu olho direito. Segundo um estudo divulgado recentemente, ali atrás está sua personalidade. Qualquer dano ali pode mudar quem você é. (RSF)
Ontem, li o número 16 de Ranma 1/2. Como sempre hilário, mas esse número está particularmente fofinho: Akane fica tão gracinha quando está com ciúmes de Shampoo!
Para quem não sabe, Ranma 1/2 é um mangá de Rumiko Takahashi que conta as aventuras de Ranma - um garoto de 16 anos que vira uma garota quando molhado com água fria - e sua noiva arranjada, Akane. Ela é uma comédia romântica adolescente misturada com um filme de artes marciais tipo "O Tigre e o Dragão". A maioria dos personagens é mestre em algum estilo de luta e todos eles não tem lá muito controle emocional.
Ranma 1/2 sai aqui pela Animanga, custa R$3.50 (que vale até o último centavo) e é bimestral (que é tempo demais para esperar). (RSF)
Para quem não sabe, Ranma 1/2 é um mangá de Rumiko Takahashi que conta as aventuras de Ranma - um garoto de 16 anos que vira uma garota quando molhado com água fria - e sua noiva arranjada, Akane. Ela é uma comédia romântica adolescente misturada com um filme de artes marciais tipo "O Tigre e o Dragão". A maioria dos personagens é mestre em algum estilo de luta e todos eles não tem lá muito controle emocional.
Ranma 1/2 sai aqui pela Animanga, custa R$3.50 (que vale até o último centavo) e é bimestral (que é tempo demais para esperar). (RSF)
Existir é melhor que não existir? Não "morrer é melhor que viver", mas "a não atualização de uma existência virtual miserável é moralmente melhor que sua atualização?
Essas são as perguntas que "Lives We´ve Never Lived" faz. (RSF)
Essas são as perguntas que "Lives We´ve Never Lived" faz. (RSF)
9.5.01
Em Why Literature? o escritor Mário Vargas Llosa discorre sobre a Literatura: suas utilidades, suas conseqüências, de como ela vai cada vez mais ficando de lado em favor de outros "passatempos" e como o fim do livro se iguala ao fim dela.
Tirando a parte de que o fim do codex implica no fim da Literatura e todos os benefícios trazidos por ela - que me cheira a simples nostalgia - o texto é muito bom, apesar de extenso. (RSF)
Tirando a parte de que o fim do codex implica no fim da Literatura e todos os benefícios trazidos por ela - que me cheira a simples nostalgia - o texto é muito bom, apesar de extenso. (RSF)
Preenchendo Lacunas
Onde admito que não li algo que já deveria ter lido antes e relato meus esforços em remediar a situação
Somecei hoje Laços de Família, de Clarice Lispector. Nunca tinha lido nada dela, além de "Uma Galinha", num dos volumes da série Para Gostar de Ler. Até agora, só li "Amor". Muito, muito bom. Não estou em condições de conetar direito agora - haja sono! (RSF)
Onde admito que não li algo que já deveria ter lido antes e relato meus esforços em remediar a situação
Somecei hoje Laços de Família, de Clarice Lispector. Nunca tinha lido nada dela, além de "Uma Galinha", num dos volumes da série Para Gostar de Ler. Até agora, só li "Amor". Muito, muito bom. Não estou em condições de conetar direito agora - haja sono! (RSF)
Hoje de manhã, enrolando para ir para a aula, li Workaholics Arise. Now Get Back to Work. O texto saiu no New York Times, numa coluna mensal chamada "On the Contrary", onde um "implicante" chamado Daniel Akst tenta dar uma outra visão sobre temas em que uma só voz é ouvida. (RSF)
8.5.01
1."You don´t talk about the Fight Club!"
2."You don´t talk about the Fight Club!"
Mas essa parece ser a regra mais desobedecida. Tem muita gente falando a repeito do Clube da Luta, tanto do romance quanto do filme. (RSF)
2."You don´t talk about the Fight Club!"
Mas essa parece ser a regra mais desobedecida. Tem muita gente falando a repeito do Clube da Luta, tanto do romance quanto do filme. (RSF)
Doom Patrol 28
Dentro da pintura que engoliu Paris - um plano malévolo da Irmandade de Dada - a Patrulha do Destino é separada e cada um dos integrantes cai na representação em um estilo. Rébis - a criatura amalgáma de um homem e uma mulher - acaba numa representação Futurista. O Homem-Robô para em uma versão Cubista. Craze Jane - 53+ personalidades, cada uma com seu super-poder - cai no aspecto Surrealista.
Para se defender de um oponente que aspira suas vítimas para dentro deles - e fica com elas tagarelando dentro da nuvem que o forma - Jane assume a forma de Rainbrain, que começa a tagarelar:
"ever ever riverrunriverrunaroundarollarolearoller
bowlerpollapolarcolashoalashellaseashellsheselssshesays"
Dá até para traduzir. Mas por conta do "riverrun" na abertura - do Finnegan´s Wake, de James Joyce - acho que todo esse emaranhado é formado de citações. (RSF)
Dentro da pintura que engoliu Paris - um plano malévolo da Irmandade de Dada - a Patrulha do Destino é separada e cada um dos integrantes cai na representação em um estilo. Rébis - a criatura amalgáma de um homem e uma mulher - acaba numa representação Futurista. O Homem-Robô para em uma versão Cubista. Craze Jane - 53+ personalidades, cada uma com seu super-poder - cai no aspecto Surrealista.
Para se defender de um oponente que aspira suas vítimas para dentro deles - e fica com elas tagarelando dentro da nuvem que o forma - Jane assume a forma de Rainbrain, que começa a tagarelar:
"ever ever riverrunriverrunaroundarollarolearoller
bowlerpollapolarcolashoalashellaseashellsheselssshesays"
Dá até para traduzir. Mas por conta do "riverrun" na abertura - do Finnegan´s Wake, de James Joyce - acho que todo esse emaranhado é formado de citações. (RSF)
7.5.01
Acho que eu já disse aqui o quanto gosto do McSweeney´s Internet Tendency. Mesmo que às vezes ilegíveis - o que não é tão raro - gosto bastante da maneira que os textos são estruturados e apresentados. Daí vem o New York Times e me dá motivo pra pensar sobre o site.
Por outro lado, lá também tem um link para o primeiro capítulo de A Heartbreaking Work of Staggering Genius, o romance de estréia de Dave Eggers, a mente por trás do Império. (RSF)
Por outro lado, lá também tem um link para o primeiro capítulo de A Heartbreaking Work of Staggering Genius, o romance de estréia de Dave Eggers, a mente por trás do Império. (RSF)
Você sabia que O Exorcista foi baseado em uma história real? Em vez de Linda Blair, um menino chamado R foi o possuído. Quer dizer, teria sido. Ao que parece, nada no caso o distingüe de outros casos de possessão e poltergeists. Em outras palavras, nada indica o envolvimento de forças ocultas.
O artigo saiu na Skeptical Inquirer, uma publicação do Commitee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal, que investiga supostos acontecimentos paranormais sob um ponto de vista científico. (RSF)
O artigo saiu na Skeptical Inquirer, uma publicação do Commitee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal, que investiga supostos acontecimentos paranormais sob um ponto de vista científico. (RSF)
Estranhamente, leio menos nos finais de semana. E este final de semana foi particularmente pobre nesse aspecto.
Até essa altura do domingo, só li o segundo capítulo de Seis Passeios pelos Bosques da Ficção.
No capítulo - Os Bosques de Loisy - os exemplos usados por são Sylvie (de Labruine), O Assassinato de George Akroyd (de Agatha Christie) e as reflexões de Edgard Alan Poe sobre O Corvo no ensaio A Filosofia da Composição. Baseando-se nesses três textos, Eco vai mostrando como as autores empíricos lidam com os autores modelos: o quanto eles explicitam qual leitor modelo eles desejam.
O capítulo merece mais que isso. Pretendo retornar a esta nota mais tarde. (RSF)
Até essa altura do domingo, só li o segundo capítulo de Seis Passeios pelos Bosques da Ficção.
No capítulo - Os Bosques de Loisy - os exemplos usados por são Sylvie (de Labruine), O Assassinato de George Akroyd (de Agatha Christie) e as reflexões de Edgard Alan Poe sobre O Corvo no ensaio A Filosofia da Composição. Baseando-se nesses três textos, Eco vai mostrando como as autores empíricos lidam com os autores modelos: o quanto eles explicitam qual leitor modelo eles desejam.
O capítulo merece mais que isso. Pretendo retornar a esta nota mais tarde. (RSF)
5.5.01
Até agora, não li muito coisa ordenadamente. Tenho que escrever sobre o termo ciberespaço e estava pesquisando. Nisso, li algumas entrevistas com William Gibson, uns pedaços de "As Tecnologias da Inteligência" (do Pierre Lévy) e varias outras coisinhas tangentes. Baixei "Johnny Mnemonic", "Burning Chrome" e "Neuromancer" para ler depois. Devo começar por Mnemonic. (RSF)
Li hoje I=N=C=O=H=E=R=E=N=T, um artigo - segundo da série How Contemporary American Poets are Denaturing the Poem - falando dos language poets - um grupo de poetas que tenta fazer poemas sem sentido com o objetivo de atacar o Capitalismo.
O ideal desses poetas é desestabilizar as relações de poder na linguagem e a significação e contruir poemas que não produzam - já que a produção é o ideal do Capitalismo - nada, nem sentido. Quanto mais sem sentido o poema, mais significativo ele é.
E eu que achava que esse tipo de projeto - a arte como arma obrigatoriamente engajada na Revolução Anti-burguesa - já tinha sido enterrado há muito tempo. E, pior que o anacronismo do projeto, são os poemas: mesmo com boa vontade, são duros de engolir. Mas se você gostar e quiser fazer os seus, existem receitinhas disponíveis. (RSF)
O ideal desses poetas é desestabilizar as relações de poder na linguagem e a significação e contruir poemas que não produzam - já que a produção é o ideal do Capitalismo - nada, nem sentido. Quanto mais sem sentido o poema, mais significativo ele é.
E eu que achava que esse tipo de projeto - a arte como arma obrigatoriamente engajada na Revolução Anti-burguesa - já tinha sido enterrado há muito tempo. E, pior que o anacronismo do projeto, são os poemas: mesmo com boa vontade, são duros de engolir. Mas se você gostar e quiser fazer os seus, existem receitinhas disponíveis. (RSF)
4.5.01
Hoje passei algumas horas futucando coisas numa livraria. Mais revistas que livros, pra variar.
Comecei com Heavy Metal americana (já que a versão nacional faliu tem um tempinho). Não costumo dar muita bola para o tipo de hq que sai nessa antologia: os autores se preocupam demais com os desenhos e esquecem os argumentos. A revista é linda de olhar, mas muito, muito difícil de ler. Nessa ediçao, eu só me interessei por uma história -"Snail Circus: Water" - de um tal Hans. Nada demais, as mesmas histórias "cabeça" e "muito loucas" de sempre.
Depois dei uma olhada na Wizard. Houve uma época que eu gostava muito dessa revista, mas depois que descobri jornalismo sobre quadrinhos mais bem feito na web, desisti. Como ela vem fechada em plástico, uma ou duas vezes por ano eu compro e me arrependo. Encontrei uma sem a embalagem e tentei ler. Tentei. Só consegui olhar as notícias e as figurinhas e ler uma única matéria (sobre um golpe de publicidade muito interessante feito para o lançamento de uma revista da Marvel - Sentry).
Não resisti e me joguei na TPM - Trip Para Mulheres. Achei mais que legal que a Trip "normal": o papel não amassa nem mancha tanto e o formato é melhor de ler e carregar. A revista é muito bem editada, principalmente a arte. O nome é bem mal, meio riot grrrrl demais. Imagino se uma revista masculina tivesse um nome análogo...
Fiquei babando em dois livros de Umberto Eco, mas cadê dinheiro? "Cinco Escritos Morais" e "Em que crêem os que não crêem?", ambos sobre ética. (RSF)
Comecei a ler "Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção", seis conferências que Umberto Eco fez em Harvard em 1993. Nas palestras, Eco trata de aspectos dos textos ficcionais e como os leitores se relacionam com eles.
O primeiro capítulo - que ainda não terminei - trata do que é um "leitor-modelo", um "autor-modelo", um "autor empírico" e como essas peças se relacionam.
- O autor empírico é aquele que escreveu o texto, o que tem a assinatura na capa.
- O leitor-modelo é aquele que as instruções (indicadores do gênero como o "era uma vez dos contos de fada", os tipos, clichês) no texto procuram criar. É o leitor que identifica quais disposições o texto pede e se alinha com elas.
- A autor-modelo é a "voz" do texto. É o conjunto de estratégias narrativas e instruções que o leitor modelo deve seguir.
As palestras foram dadas como as Norton Lectures de 1993. As Norton Lectures são ciclos anuais de seis conferências sobre o fazer poético (poesia, literatura, música). Gente como Borges, e. e. cummings, T. S. Eliot, Leonard Bernstein, Octavio Paz e Italo Calvino já foram convidados a apresentar suas visões sobre seu campo de atuação.
Que eu saiba, só três desses conjuntos de conferências foram publicados em português: "Esse Ofício do Verso", de Borges, "Seis Passeios pelos Bosques da Ficção", de Eco e "Seis Propostas para o Próximo Milênio", de Italo Calvino (que morreu antes mesmo de terminar de escrever a sexta conferência). Todos os três saíram pela Companhia das Letras. (RSF)
O primeiro capítulo - que ainda não terminei - trata do que é um "leitor-modelo", um "autor-modelo", um "autor empírico" e como essas peças se relacionam.
- O autor empírico é aquele que escreveu o texto, o que tem a assinatura na capa.
- O leitor-modelo é aquele que as instruções (indicadores do gênero como o "era uma vez dos contos de fada", os tipos, clichês) no texto procuram criar. É o leitor que identifica quais disposições o texto pede e se alinha com elas.
- A autor-modelo é a "voz" do texto. É o conjunto de estratégias narrativas e instruções que o leitor modelo deve seguir.
As palestras foram dadas como as Norton Lectures de 1993. As Norton Lectures são ciclos anuais de seis conferências sobre o fazer poético (poesia, literatura, música). Gente como Borges, e. e. cummings, T. S. Eliot, Leonard Bernstein, Octavio Paz e Italo Calvino já foram convidados a apresentar suas visões sobre seu campo de atuação.
Que eu saiba, só três desses conjuntos de conferências foram publicados em português: "Esse Ofício do Verso", de Borges, "Seis Passeios pelos Bosques da Ficção", de Eco e "Seis Propostas para o Próximo Milênio", de Italo Calvino (que morreu antes mesmo de terminar de escrever a sexta conferência). Todos os três saíram pela Companhia das Letras. (RSF)
Eu já disse que adoro o McSweeney´s? E que desconfio que todos os textos são escritos pela mesma pessoa - Dave Eggers? Hoje, li "Nineteen Boys" lá. Uma série de vinhetas de encontros. Muito bom e muito triste. Mas talvez o filme que vi hoje e a trilha sonora enquanto lia ajudaram a aumentar a impressão de isolamento. RSF
Quanto tempo você já passou em livrarias lendo as orelhas dos livros? E quantas delas chamaram a atenção o suficiente para você colocar a mão no bolso? Ou mesmo terminar de ler a orelha? (RSF)
3.5.01
Ontem reli a primeira história de Sandman que eu li, "Convergências - A Caçada": um jovem de um povo metamorfo encontra uma cigana e recebe dela um retrato de uma garota. Não tendo nada melhor para fazer, ele vai atrás da garota do retrato.
Na sua jornada, ele encontra repetidamente um homem - Lucian, para os íntimos - que está tentado recuperar um livro - "A Alegra Comédia da Redenção do Doutor Faustus" - da biblioteca do seu dono: Morpheus.
Tem quase dez anos que li essa história pela primeira vez. Não me lembro bem o que achei na época. Lembro que a capa me perturbou bastante, que gostei da história que tive que procurar o significado do título no dicionário. (RSF)
Na sua jornada, ele encontra repetidamente um homem - Lucian, para os íntimos - que está tentado recuperar um livro - "A Alegra Comédia da Redenção do Doutor Faustus" - da biblioteca do seu dono: Morpheus.
Tem quase dez anos que li essa história pela primeira vez. Não me lembro bem o que achei na época. Lembro que a capa me perturbou bastante, que gostei da história que tive que procurar o significado do título no dicionário. (RSF)
2.5.01
Que os escritores travam enquanto estão escrevendo seus livros, todo mundo sabe. Mais difícil é lembrar que eles também sofrem para arrumar um título depois. Imagino que deve ser um pouquinho mais complicado que batizar uma criança. Por isso eu vou anotando títulos e, no dia que resolver, vou escrever os livros para os títulos, não o contrário. Ou roubar uma frase de Shakespeare.(RSF)
Depois de mais de vinte anos de scratching, os djs estão desenvolvendo partituras para seu trabalho. (RSF)
1.5.01
Ontem à noite, fiquei lendo o weblog de Neil Gaiman. Nele, Gaiman está escrevendo um diário da turnê de promoção do novo livro, American Gods, que deve sair em junho nos EUA.
Do material promocional:
The storm was coming...
For the three years Shadow spent in prison, he kept his head down and did his time. All he wanted was to get back to the loving arms of his wife, and to stay out of trouble for the rest of his life. But days before his scheduled release, his wife was killed in an accident, and his world became a colder place.
On the plane home to the funeral, Shadow meets a grizzled man who calls himself Mr. Wednesday, a self-declared grifter and rogue, who offers Shadow a job. And Shadow, a man with nothing to lose, accepts.
But working for Wednesday is not without its price, and Shadow soon learns that his role in Wednesday's schemes will be far more dangerous than he could have ever imagined. Entangled in a world of secrets and age-old mysteries, Shadow encounters, among others, the murderous Czernobog, the impish Mr. Nancy, and the beautiful Easter--all of whom seem to know more about Shadow than he himself knows.
Shadow will learn that the past does not die, that everyone, including his dead wife, had secrets, and that the stakes are higher than anyone could have imagined.
A storm is coming, and Shadow and Wednesday will soon be swept up into a brutal and epic conflict. For beneath the placid surface of everyday life a war is being fought--and the prize is the very soul of America.
American Gods is a dark and kaleidoscopic journey deep into myth and across an America at once eerily familiar and utterly alien. Magnificently told, American Gods is a work of literary magic that will haunt the reader far beyond the final page.
(RSF)
Do material promocional:
The storm was coming...
For the three years Shadow spent in prison, he kept his head down and did his time. All he wanted was to get back to the loving arms of his wife, and to stay out of trouble for the rest of his life. But days before his scheduled release, his wife was killed in an accident, and his world became a colder place.
On the plane home to the funeral, Shadow meets a grizzled man who calls himself Mr. Wednesday, a self-declared grifter and rogue, who offers Shadow a job. And Shadow, a man with nothing to lose, accepts.
But working for Wednesday is not without its price, and Shadow soon learns that his role in Wednesday's schemes will be far more dangerous than he could have ever imagined. Entangled in a world of secrets and age-old mysteries, Shadow encounters, among others, the murderous Czernobog, the impish Mr. Nancy, and the beautiful Easter--all of whom seem to know more about Shadow than he himself knows.
Shadow will learn that the past does not die, that everyone, including his dead wife, had secrets, and that the stakes are higher than anyone could have imagined.
A storm is coming, and Shadow and Wednesday will soon be swept up into a brutal and epic conflict. For beneath the placid surface of everyday life a war is being fought--and the prize is the very soul of America.
American Gods is a dark and kaleidoscopic journey deep into myth and across an America at once eerily familiar and utterly alien. Magnificently told, American Gods is a work of literary magic that will haunt the reader far beyond the final page.
(RSF)
As primeiras imagens das X-Men escritas por Grant Morrison (Invisibles, JLA) e desenhadas por Frank Quitely (JLA: Earth 2, Visões de 2020) finalmente estão disponíveis. Mal posso esperar para pôr as mãos nelas.(RSF)
Li muito pouco na segunda. Dei uma olhada nas notícias, uma folheada em "Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem", procurei umas coisas nas minhas anotações de ética e só. Abandonei de vez "O Castelo dos Destinos Cruzados".
Comecei a anotar o segundo capítulo de "Cultura da Interface", mas as anotações estão extensas demais. Acho que tenho que resumir mais.
Estive sem paciência para ler hoje. Espero melhorar um pouquinho amanhã. (RSF)
Comecei a anotar o segundo capítulo de "Cultura da Interface", mas as anotações estão extensas demais. Acho que tenho que resumir mais.
Estive sem paciência para ler hoje. Espero melhorar um pouquinho amanhã. (RSF)
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